quinta-feira, 17 de maio de 2012

Corinthians quebra estatística do Vasco



Após seguidas e traumáticas eliminações, o Corinthians achou sua receita para tentar, pela primeira vez na história, sagrar-se campeão da Copa Libertadores: ser um time solidário, no melhor estilo "copeiro". Resumindo: quando precisa defender, é o time inteiro dentro da área. No momento do contra-ataque, hora de laterais, zagueiros e volantes também darem a sua contribuição.
"Já falamos disso algumas vezes, você muitas vezes se movimenta fora da sua posição de início, mas cada um volta de acordo com a necessidade. Dessa forma, todo o time recompõe, todo mundo ajuda na marcação", explicou o meia Alex, que atuou como atacante no empate sem gols na primeira partida das quartas de final da competição sul-americana diante do Vasco, na noite da última quarta-feira, em São Januário.
Esta partida, aliás, marcou a queda de um tabu vascaíno: em todos os jogos da temporada, sem exceções, o Vasco havia balançado as redes dos adversários. Mas o Corinthians de Tite, usando da solidariedade na defesa, conseguiu segurar o ímpeto cruzmaltino e chegar à impressionante marca de apenas dois gols sofridos em nove jogos, média de 0,22 por partida.
A reportagem do Terra deixou o técnico Tite surpreso com a quebra da estatística vascaína. Ele pensou e apontou para o equilíbrio de seus jogadores como forma para seguir à risca o modo do time operar em campo. "São detalhes que fazem a diferença, quem estiver equilibrado para cumprir sua função pode levar vantagem", salientou.
Para se ter uma ideia da solidez defensiva alvinegra, o goleiro Cássio, que substituiu Júlio César, sacado do time após duas falhas no Campeonato Paulista, ainda sequer foi vazado. Está invicto há 270 minutos, que vão para 285 contando os acréscimos dos três jogos que disputou.
"Acabou se tornando (uma defesa sólida), porque todos os times do Tite, taticamente, são muito conscientes, e muito consistentes. Ele tem essa característica. Nosso time é muito solidário", completou Alex. O 0 a 0 contra o Vasco foi o terceiro empate sem gols do Corinthians na Libertadores. O mesmo resultado já ocorrera diante do Cruz Azul, no México, ainda na fase de grupos, e na primeira partida das oitavas, no Equador, com o Emelec.
Se arranca empates suados fora de seus domínios, no Pacaembu o Corinthians tem resolvido: foi assim contra mexicanos e equatorianos (vitórias por 1 a 0 e 3 a 0, respectivamente). Para isso, contou novamente com um futebol solidário, agora no ataque. Jogadores de todos os setores da equipe, menos o goleiro, já balançaram as redes.
Da lateral esquerda de Fábio Santos para frente, todos os titulares e reservas de imediato, que sempre entram no decorrer do jogo, já deixaram sua marca na Libertadores. No meio de campo, Ralf (1), Paulinho (2), Alex (1) e Danilo (3). No ataque, Jorge Henrique (3) e Emerson (2). Liedson, Willian, Elton e Douglas, com um gol cada, também já balançaram as redes.
A prova máxima da solidariedade corintiana foi na goleada contra o Deportivo Táchira, da Venezuela, no jogo que fechou a fase de classificação. Os seis gols marcados no embate foram marcados por seis jogadores diferentes: Danilo, Paulinho, Jorge Henrique, Emerson, Liedson e Douglas. "Futebol é muita ocupação de espaço, todo mundo está vendo o que acontece hoje com o Barcelona, que é o grande exemplo. É uma movimentação muito inteligente sem necessariamente ter um cara lá", explicou Alex.
O tal "cara lá" é um centroavante autêntico, mas já são 16 gols marcados na competição sul-americana sem um homem de referência no ataque. "Até o Santos, que tem toda a sua maneira própria de atacar, mesmo se não tivesse um centroavante também faria gols pela capacidade que tem de se movimentar, e pela inteligência dos jogadores. Hoje mesmo o Alessandro chutou uma bola e quase fez. Ou seja, nem sempre se tem a necessidade de um jogador de área", finalizou Alex.

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